Resenha: ENSINO DA GRAMÁTICA. OPRESSÃO? LIBERDADE?
Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade? / Evanildo Bechara. São Paulo: Ática, 1989. 77 p.
Evanildo Bechara, professor-titular da UERJ, vem dialogar conosco neste livro sobre as dificuldades que a nossa língua materna sofre atualmente. Ele remeterá capítulos em que responde o que originou, como se encontra e uma possível solução para a crise da escola, além de discutir sobre a nossa comunicação presente, a coloquialidade. Ao iniciar de seu capítulo A escola e a chamada crise do idioma Bechara nos aponta os três “lugares” que seriam os responsáveis pela crise. O aluno que já é limitado à oralidade sem incentivo à leitura não é estimulado na escola a desenvolver um saber linguístico em que o permitiria domínio maior do vocabulário em sua fala (p.5, 1989). A escola tende a priorizar um ensino de língua materna e estrangeira que não valoriza a expressão e a fala. Enfatiza-se o falar e o escrever bem seguindo as normas cultas. E então, a crise inicialmente surge na própria sociedade, que privilegiou o coloquial, a língua popular, levando descrédito à escrita culta. E chega à universidade, seguindo para a escola, onde a gramática normativa é desprezada. Devemos entender que a língua não se opõe ao indivíduo, ela se dispõe a ele para que possa concretizar sua liberdade de expressão através dela (p.13,1989), mas hoje, a liberdade é tão grande que chega a repudiar quaisquer normas que empreguem determinada forma do “expressar-se”. E assim há uma repressão, o indivíduo deveria compreender, aceitar, entender, conhecer e principalmente dominar todos os “dialetos” que a língua materna nos propõe; seja normatizada, geral, do coloquial ao padrão culto, a escola deve ensinar ao aluno como distinguir o momento em que ele deve “usar cada expressão“ e então dar o apoio para que o aluno realmente consiga utilizar a língua vernácula falada e escrita corretamente de acordo com a cada situação. O professor deve ensinar ao discente