Gramatica

Resenha do livro
Ensino da gramática.
Opressão? Liberdade?

Eu “gramático”, tu oprimes, ela liberta!

Em 2006, a editora Ática lança a 12ª edição do livro “Ensino da gramática. Opressão? Liberdade?” de Evanildo Bechara. Um livro para linguistas, professores, estudiosos e curiosos da língua portuguesa brasileira.
Em 80 páginas, Evanildo Bechara, levanta três possíveis respostas para a crise no ensino da língua nas escolas. O que permitir? O que valorizar? O que descartar no ensino da língua? O gramático ressalta o valor a competência linguística de cada indivíduo ao mesmo passo que critica a imposição do ensino tradicionalista. Ele divide a “culpa” dessa crise em três instituições: na ordem institucional, a própria sociedade, que por aceitar e supervalorizar a linguagem coloquial acabou por criar grande distância entre a norma padrão e a linguagem popular. A segunda, na universidade que permite o conflito entre as diversas subdivisões da linguística. Por último, Bechara fala das escolas que acabam distanciando-se da gramática normativa, fazendo com que o aluno não possua educação linguística plena para que venha ser um poliglota em sua língua.
Talvez o erro esteja na dosagem gramatical. De um lado, a imposição da norma padrão traria novamente a arbitrariedade do ensino tradicional, onde a língua era apenas imposta, onde a gramática reflexiva não teria espaço para atuar. O aluno não teria liberdade para se expressar, devendo apenas falar e escrever de forma culta, deixando de lado sua história gramatical, social, familiar, sendo excluído quando não estivesse adaptado aos padrões da língua. Por outro lado, a permissividade à forma coloquial limitaria o indivíduo condenando-o a permanecer em apenas um núcleo, sem possibilidades de expansão e crescimento social. Quando Bechara diz que todo indivíduo deve ser “um poliglota em sua língua” não visa condenar ou absolver as formas de comunicação, tanto orais como escritas, mas sim valorizar toda