3 A educação, que deve ser revista, repensada e revisada, é o escape da dominaçãocapitalista. É a educação “contraconscientizadora” que vai alocar o indivíduo na categoria deagente transformador benéfico do espaço onde está inserido e de sua realidadesocioeconômica e cultural, dotando-o da capacidade de refletir sobre suas situações e sobreos caminhos históricos da humanidade, rejeitando o ascetismo de conclusões mastigadas eesmoladas pelos dominantes.Por meio da contraconsciência, o indivíduo desenvolve a força necessária de sereinventar como sujeito ativo das transformações sociais. O sujeito reinventado se aloca noseu espaço como elemento primordial e ativo para o fenômeno social da transformação.Há uma equivalência entre escolaridade e educação desde a institucionalização daeducação formal, em 1948, com seu reconhecimento pela Organização das Nações Unidas- ONU como um direito universal a mais na Declaração Universal dos Direitos Humanos(SACRISTÁN, 2005, p. 19). Por trás deste direito, e com o estabelecimento da Declaraçãodos Direitos da Criança, em 1959, formulou-se uma internalização do sentido afirmador dosideais capitalistas ao obrigar que os estudantes devam se tornar membros úteis dasociedade. Ora, esta utilidade está concatenada ao enquadramento social para osinteresses mercadológicos do sistema do capital. As instituições formais de educação fazem parte do sistema global de internalizaçãoe induzem a uma aceitação ativa dos princípios reprodutivos orientadores dominantes. Ouseja, conferem ao sujeito adequação à sua posição na ordem social e de acordo com astarefas reprodutivas que lhes são atribuídas (MÉSZÁROS, 2005, p. 44). Além disso,Mészáros põe em destaque que a educação formal e a mídia realizam a propagaçãodistorcida das formações históricas (IBIDEM, p. 37). A escola é uma extensão do lar e um ambiente de socialização. Transformá-la exige
“
políticas progressistas que busquem uma nova ordem social e humana
”
(SACRISTÁN,2005, pp. 32-33). Como