RESENHA DO TEXTO - A MALDIÇÃO E O BEM-DIZER
“A MALDIÇÃO E O BEM-DIZER”
“Cada fantasia singular é um cumprimento de desejo, uma retificação da insatisfatória realidade.” (Freud)
Edson Saggese descreve em “A maldição e o bem-dizer” o caso clínico de Alex, rapaz de 16 anos, que foi diagnosticado como principal causa para seu “estranho” comportamento a esquizofrenia. Segundo o DSM-IV-TR (2002), os Critérios de Diagnóstico para Esquizofrenia são no mínimo dois dos seguintes sintomas: Delírios, alucinações e discurso desorganizado, devendo estar presentes pelo período de um mês.
Celeste, mãe de Alex, alega que o filho apresenta dificuldades para se relacionar com os colegas da escola, não responde ao que lhe é perguntado e que criou uma situação no colégio em que estuda com o qual não consegue lidar. Também diz que apesar de ter sido, em termos um parto tranquilo, Alex nascera roxo com um nó no cordão umbilical. Ela continua a dizer que, quando bebê ele chorava muito, e seu choro não era como os dos outros bebês, era um choro desesperado, pra ela eram como “gritos de desespero”.
O pai de Alex, oficial das forças armadas, descreve a família como uma “carga pesada” da qual se ele pudesse voltar no tempo escolheria não ter mais. Serviu no Exercito,
Aeronáutica e Marinha.
“Fui preparado para ser forte. Sou praticamente um filho do Estado. (...) Lá em casa um respeita o outro. Há uma hierarquia. Quando não estou, ela [a mãe] é o comando, me substitui. Mas eu já falei para ela que eles me obedecem, mas a ela não, ela perdeu o comando. Eu nunca bati em um filho meu. Olho e pronto. Gosto de tudo organizado. Aprendi assim.
Ter disciplina.”
Chamou-me muita atenção quando o autor diz que o pai de Alex tem um ideal de cidadania, não portando pelos filhos um desejo particularizado, ele simplesmente cria o que pra ele são os “filhos da pátria”. Quando as crianças completam seis anos de idade ele retira o brincar e o imaginario dessas crianças, os proíbem de ter bonecos e de