Resenha crítica do filme “A Montanha dos Sete Abutres”
Resenha de filme: A Montanha dos Sete Abutres
“A Montanha dos Sete Abutres” é um longa-metragem de 1951, dirigido por Billy Wilder, que relata a história de um jornalista americano em busca do seu furo de reportagem e nos faz repensar a ética e a moral do jornalismo. Charles Tatum, interpretado por Kirk Douglas, é um jornalista que já trabalhou em diversos lugares e se diz valer US$ 200 por semana, sendo contratado por apenas US$ 50. Quando chega à redação de um jornal de Albuquerque, estado do Novo México, logo se percebe o perfil de Tatum: ao olhar um quadro na parede com os dizeres “Tell the truth” (em português: “diga a verdade”), se admira com a conduta seguida pelo veículo de comunicação. Para conseguir um emprego, se descreve como alguém que “se não houver notícias vai à rua e morde um cão”. Essa frase permite traçar um paralelo com a descrição do que é notícia para a jornalista Júnia Nogueira de Sá: “Não é notícia um cão morder um homem; mas se um homem morder um cão isso é notícia”. Ao receber uma pauta para cobrir uma caça às serpentes, Tatum propõe uma “construção” da notícia para tornar o assunto mais interessante: soltar as serpentes, instaurar o pânico na cidade e depois que quase todas estivessem capturadas, a última estaria bem guardada consigo para manter a matéria quente por quanto tempo ele precisasse. A atitude seria uma infração à Declaração de Munique, sobre os deveres e direitos dos jornalistas, de 1971, que prega que o respeito à verdade e a utilização de meios legítimos para a busca de informação é crucial para a profissão. As regras acrescentam ainda que “jamais se deve alterar as informações essenciais ou adulterar quaisquer textos e documentos”. No caminho para a caça às serpentes, Tatum se depara com um desabamento na mina do pequeno vilarejo de Escudero, em que um homem ficou preso. Leo Minosa ia sempre procurar