Resenhas
ABREU, Caio Fernando. Ovelhas negras. Porto Alegre: LP&M, 2011. 239 p.
Mércia Cristina dos Santos
Keiliane Stephanie Rodrigues de Morais
Segundo o próprio Caio Fernando Abreu, as produções literárias da coletânea de contos Ovelhas Negras, são produtos da relação que ele teve com o mundo em tempos distintos de sua vida. Esse livro é composto por textos dispersos e é considerado como pré-póstumo, pois foi publicado em 1995 seguido de sua morte em fevereiro de 1996. Caio possuía não só temor à morte, como também temia pelo que seria feito com seu espólio literário, contudo a partir de suas produções inéditas, criou a coletânea Ovelhas negras para evitar que suas produções fossem publicadas sem antes passar por seu crivo.
No prefácio o autor denomina a coletânea de “ervas daninhas”, que se resume em textos excluídos, ou seja, textos que não foram publicados devido à incompatibilidade que possuíam com os propósitos atuais de Caio em épocas diferentes como passagens excluídas de alguns livros, textos imaturos, proibidos pela censura etc.. As produções foram feitas durante toda a sua vida desde quatorze anos até os últimos momentos de sua vida. Devido a isso, consideramos alguns contos confusos, cheios de clichês e que fogem da forma corriqueira de Caio.
Antes de cada conto, o autor faz um breve resumo, com marcas de “uma espécie de autobiografia ficcional”1 e comentários que em nossa opinião são essenciais para a compreensão dos textos. Caio Abreu diz antecedentemente do primeiro conto em resumo que:
No ginásio, em Santiago, tive a sorte de ter um professor de Português muito bom – José Cavalcanti Jr. Certa vez ele realizou um concurso de romances, este meu foi o vencedor. Foi em 1964, eu tinha 13 ou 14 anos. O sucesso foi enorme: as meninas faziam fila para ler (só havia uma cópia, escrita em caderno Avante com caneta Parker 51) e É evidente que a história cheia de clichês, influenciada por