resenha do filme lolita
Em 1947, um professor de meia-idade (Jeremy Irons) de origem inglesa vai lecionar literatura francesa em uma pequena cidade da Nova Inglaterra e aluga um quarto na casa de uma viúva (Melanie Griffith), mas só realmente decide ficar quando vê a filha (Dominique Swain) dela, uma adolescente de doze anos por quem fica totalmente atraído. Apesar de não suportar a mãe da jovem se casa com ela, apenas para ficar mais próximo do objeto de sua paixão, pois a atração que ele sente pela enteadaé algo devastador. A jovem, por sua vez, mostra ser bastante madura para a sua idade. Enquanto ela está em um acampamento de férias, sua mãe morre atropelada. Sem empecilhos, seu padrasto viaja com sua enteada e diz a todos que é sua filha, mas na privacidade ela se comporta como amante. Porém, ela tem outros planos, que irão gerar trágicos fatos.
Esta segunda versão é um retrato quase inteiramente fiel ao livro de Vladimir Nabokov. Com o perdão da heresia, mas é uma versão superior à do cultuado Stanley Kubrick. Muito embora Adrian Lyne seja sempre massacrado pela crítica (que afinal é mais tola do que o diretor), o filme é cuidadoso e inspirado. Chegou-se a acusar o filme de caminhar em uma tênue e perigosa linha entre o erótico e o pornô. Nada mais justo: esse é o espírito do livro! Jeremy Irons é perfeito para o papel do professor Humbert, com seus olhares de obsessão doce. Dominique Swain é um verdadeiro achado, com uma atuação que recupera a verdadeira Lolita: infantil, tolamente caprichosa, cheia de uma malícia pueril que é o seu poder mas também a sua vulnerabilidade.