Resenha do documentário edíficio master
Fatores como a violência retratada na sociedade atual, têm levado as pessoas a se enclausurarem cada vez mais nos seus lares, acarretando a destruição de vários elos que ocorrem no contexto de vizinhança e relações inter-pessoais. Partindo disso, Eduardo Coutinho, propõe um novo olhar sobre essas características da sociedade atual e de toda a estrutura habitacional que ocorre no âmbito moderno.
Em edifício Master, Eduardo Coutinho realizou um trabalho ímpar, com depoimentos de 37 moradores do famoso edifício carioca, com mais de 200 apartamentos conjugados que abriga cerca de 500 pessoas. De uma maneira descontraída e inovadora os depoimentos abordam as diferentes identidades contidas em um local tão limitado como é um prédio, mostrando como aquilo que é local, se torna universal, diante da pluralidade existente entre os moradores, assim o Edifício Master abriga pessoas de diferentes origens, idades, condições sociais, sentimentos e histórias.
Com conteúdo resumido a entrevistas, o documentário mostra as particularidades existentes entre as divisórias de concreto do edifício, mostrando que os moradores que se encontram nos corredores são seres providos de intensa singularidade. O filme inicia com o depoimento de Sergio, o sindico responsável pela transformação do edifício de péssima reputação, marcado por prostituição e crimes em um ambiente familiar. Através dele ficamos sabendo do passado turbulento do edifico. Após segue uma moradora antiga a qual conta um pouco dos casos policiais ocorridos no prédio. A partir desse pode-se fazer uma analogia ao edifício Estrela, também em Copacabana, retratado no texto (A utopia urbana, de Gilberto Velho) “O síndico do Estrela contou-me que no início de sua gestão (1967) tivera que chamar a policia várias vezes para acabar com ‘festinhas’, mas que geralmente