Resenha sobre o filme "Edifício Master"
Muitas pessoas estão acostumadas a assistir a filmes e se depararem com grandes produções, efeitos visuais e sonoros dignos de ganhar um Oscar. O documentário Edifício Master, aos olhos de poucas pessoas com senso crítico, pode parecer merecedor de tal prêmio, com um diferencial: ele apresenta pouca tecnicidade. O documentário de âmbito nacional, dirigido por Eduardo Coutinho, relata um edifício antigo e tradicional localizado em Copacabana, área nobre do Rio de Janeiro, a um quarteirão da praia, que tem em média 500 moradores, 276 apartamentos e 23 apartamentos por andar. Deixando de lado a ficha técnica e toda a estrutura concreta do condomínio, Eduardo Coutinho e sua equipe fizeram um trabalho jornalístico de grande reconhecimento, pois alugaram um apartamento e se instalaram por cerca de 3 semanas no Master. Isso deixa claro que não basta somente ouvir, é preciso vivenciar, sentir na pele para entender o que o outro passa. E isso é possível ver ao decorrer do documentário. A intenção de Coutinho era essa: mostrar o cotidiano dos moradores e 37 depoimentos. Apesar do edifício estar localizado em uma área nobre, a maioria dos moradores são de classes média-baixa e baixa. Tudo se inicia com o depoimento de uma senhora, uma antiga moradora do prédio e o síndico que foi responsável por acabar com a má reputação que o Master possuía no passado. O documentário segue com outros depoimentos de outros moradores, pessoas comuns à primeira vista, mas com diferentes personalidades, sentimentos, faixa etária, condições sociais, passados e histórias. É possível notar que alguns moradores se conhecem, não de conviverem juntos ou terem algum elo, mas pelo fato de já terem se encontrado nos corredores e elevadores do edifício, outros nunca se viram. O documentário baseia-se somente em entrevistas e Coutinho consegue, através delas, depoimentos sobre a intimidade de alguns moradores, revelando diversas