cabra marcado para morrer
Antes de iniciar ou fazer algum comentário acerca do filme “Cabra marcado para morrer”, é importante entender um pouco sobre as características da produção do filme e do autor que o produziu, bem como dos personagens que participaram da gravação naquela época. O filme foi dirigido pelo cineasta Eduardo de Oliveira Coutinho, nascido em São Paulo em 11 de maio de 1933, e falecido recentemente a pouco mais de um ano, em 2 de fevereiro de 2014, foi considerado um dos mais importantes documentaristas da história do cinema brasileiro por privilegiar as histórias de pessoas comuns, por ter grande capacidade de ouvir o outro e, registrando sem sentimentalismo as emoções e aspirações das pessoas comuns, como camponeses, metalúrgicos, entre vários outros em sua trajetória, o filme “Cabra marcado para morrer” (1984) ganhou o prêmio da crítica internacional do Festival de Berlin, o melhor filme no Festival Du Réel em Paris, ganhou também em Havana e muitos outros. Estudou em Paris em meados dos anos 50 no Institut de Hautes Études Cinematographiques (IDHEC) e voltou ao Brasil em 1960, onde se engajou no Cinema Novo. A partir daí dirigiu e produziu vários outros filmes ( ver anexo com lista de alguns dos seu filmes), mas o de interesse para esse trabalho é o já citado “Cabra marcado para morrer”, que começou a ser gravado em 1962, com o objetivo de trabalhar com fatos reais, para reconstituir o assassinato do líder das Ligas Camponesas João Pedro Teixeira, interpretado pelos próprios camponeses do Engenho da Galiléia no interior de Pernambuco, inclusive com a viúva de João Pedro Teixeira, Elizabeth Teixeira, vivendo o seu próprio papel, onde no projeto inicial os filhos também participariam no filme, mas foi interrompido por uma intervenção militar, com O Golpe Militar de 1964, conseguindo gravar apenas duas semanas de filme e registrar algumas fotografias, que inclusive, foi perdido boa parte do material, sobrando poucas