Edificio Master - Resenha
Direção e roteiro: Eduardo Coutinho (2002)
Resenha:
No filme de Coutinho, é retratado um prédio situado no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro. Um edifício grande de 12 andares, e aproximadamente 500 moradores, distribuídos em 23 apartamentos conjugados por andar. Com pouco conforto e privacidade quase nula, os moradores relatam suas trajetórias antes e durante a habitação no prédio.
Eduardo exibe em seu vídeo, histórias em sua maioria de pessoas solitárias, que diversificam origens, motivos e razões de suas vidas, demonstrando a enorme variedade encontrada de indivíduos em um mesmo edifício. Talvez a solidão seja o ponto em que as histórias se cruzam, fato irônico, pois se torna quase impossível se isolar de fato no populoso prédio e na movimentada e perigosa (como muitos moradores destacam) cidade carioca.
Até mesmo os casais, se mostram um tanto quanto sós. Em sua maioria compostos por casais idosos, o discurso se torna muito semelhante ao retratar o passado como uma herança difícil, com casamentos encerrados, antigas profissões e antigos amores, histórias estas que se relacionam com a história do próprio prédio. Um lugar que no passado era caracterizado por ser habitado por cafetinas, prostitutas, travestis, criminosos e drogados. Os moradores que viveram este período ressaltam a melhora da convivência, destacando o fato do edifício ser agora habitado em sua maioria por famílias.
Torna-se curioso os jovens que habitam o Master. São garotas solteiras, e no caso de duas (expostas no documentário) mães solteiras. Garotas estas que passaram por grande dificuldade na infância, período este que engravidaram. Uma destas mães solteiras encontra como solução de seus problemas financeiros na cidade, a prostituição, destacando que trabalha todo dia, para sustentar a filha, sendo que isso só acontece se estiver alcoolizada, pois “normal” ela não tem coragem para fazê-lo. A outra relata a forma que foi abandonada pelo pai