Resenha de Vidas Secas
O romance envolve uma família de sertanejos - Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória e seus dois filhos, o menino mais novo e o menino mais velho. Cabe ressaltar que durante toda a história os meninos não recebem nomes próprios, revelando um processo de carência, falta de linguagem que a família foi submetida, bem como também representam todos os meninos que vivem sem rumo no sertão. Nada é dito ao leitor com relação à origem desta família, assim como não há informação sobre os lugares por onde eles passam. Da mesma forma, não se sabe o destino final deles. Outro fato curioso é que o autor não dá nenhuma localização temporal. Isso comprova que Vidas Secas é uma obra atemporal, clássica, jamais envelhecerá.
O primeiro capítulo, Mudança e o último, Fuga indicam um ciclo que nunca tem fim. Como os nordestinos tem a sina de mudar-se pelo pretexto da seca, acabam por fugir desse fenômeno e também em vista das dívidas que acumulam por ficarem em terras de outras pessoas. Aos demais onze capítulos, consegue-se compreender um sem necessidade de ler os outros, ou seja, tem começo, meio e fim. O formato do autor de escrever nos dá autonomia de ler o livro fora de sequência, de maneira independente.
É evidente a condição miserável dos personagens. Os nordestinos sofrem