Resenha vidas secas
Esse livro classificado como um romance circular retrata muito bem a realidade brasileira, começa com uma família de retirantes nordestinos que fogem da seca e procuram um lugar para se abrigar e isso não aconteceu apenas na época em que o livro foi escrito, até nos dias de hoje podemos observar varias situações onde aparece injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, entre outras.
O autor criou os seus personagens como elementos humanos que podem ser vistos no seu modo de ser, de pensar e de agir, tudo isso em meio a uma paisagem onde não apresenta nenhuma condição de vida para o homem e aos desajustes sociais. Essas condições nos remete a ideia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência.
E não apenas o homem se animalizou como também existia a humanização do animal, e isso era facilmente observado nos capítulos. A família, personagens principais de vidas secas, era constituída do pai Fabiano, da mãe Sinha Vitória, do menino mais novo, do menino mais velho e da cadela Baleia. Para exemplificar essa humanização existe um episódio em que o autor escreve os pensamentos da cadela Baleia quando ela morre e até de seus sonhos. Já a animalização acontece primeiramente por seus filhos não terem nome, e o próprio Fabiano dizia que não era homem e sim bicho, e agia como tal, vivendo em situações precárias como um animal.
Como consequência dessa animalização a falta de comunicação passa a ser também um dos grandes temas do livro e o autor apresenta essa falta de comunicação não colocando muitos diálogos, colocando o pensamentos deles onde eles mesmos confessam que não sabem as palavras e que acham difícil guardar elas, soltam grunhidos, as vezes latem e usam bastante gestos.
A família embora toda a dificuldade enfrentada pela comunicação, fome, sede, sem nenhum lugar para morar, segue caminhando em busca de alguma condição melhor para viver, depois de andarem muito encontram uma fazenda abandonada e decidem viver lá.