Resenha Daniel Roche
Capítulos 4 e 5: Esta obra retrata as transformações dos modos de vestir da sociedade parisiense. O estudo do fenômeno das modas, estilos, gostos e etiquetas proposto por este autor teve como base um consistente e exaustivo trabalho de pesquisa, demonstrando clareza sobre o tema que instiga o avanço em leitura suave, precisa e objetiva. Deixa de lado as futilidades que geralmente cercam o mundo da moda, encontrando reflexões históricas da escola francesa contemporânea no mundo real das sociedades, nas entrelinhas dos aspectos político-econômicos, como também nos elementos da cultura, nas mentalidades e nos comportamentos. A ideia central é de que houve uma indumentária específica do Antigo Regime. Em sua perspectiva, estabelece conexões entre a situação das roupas na economia, cultura e na política. Desse modo, a História da Vestimenta passa a ter uma relação entre as estruturas e os desejos e a ação dos indivíduos, sendo destacada a população que antes estava excluída da historia. Nesse capitulo o autor analisa a economia dos guarda-roupas, sendo destacado o processo de consumo das vestimentas entre toda a sociedade parisiense, tendo o povo miúdo a possibilidade de adquirir novos bens em roupas. O consumo ainda não era de massas, havendo, portanto, uma escassez de artefatos de vestir luxuosos. Essa economia de consumo era policiada pelo Estado em formação e pela nobreza. Nessa economia das vestimentas, a invenção da roupa branca, e a circulação de roupas usadas foram fundamentais para o desenvolvimento econômico do setor têxtil e para a sociedade pré-industrial.
O livro abrange uma quantidade significativa e rara de informações envolvendo o consumo da roupa, que era quantificado e descrito através do inventário dos bens e das despesas, bem como a sua conservação, desenvolvendo-se de forma diversa entre a cidade e o campo. O aumento