Bibliotecas Comunitárias
ISSN – 1808–1967
DO CÓDICE AO E-BOOK
Danilo Wenseslau FERRARI*
Resenha de DARNTON, Robert. A questão dos livros. Passado, presente e futuro.
Tradução Daniel Pellizzari. SP: Companhia das Letras, 2010, 232 p.
Entre os historiadores, Robert Darnton dispensa apresentações. Norteamericano de Nova York, o estudioso ficou conhecido como uma das principais referências sobre a história da França no século XVIII. Antes de se tornar historiador,
Darnton foi repórter policial do jornal The New York Times e apesar de não mais percorrer delegacias em busca de matérias investigativas, o pesquisador emprestou o espírito detetivesco às suas obras de história. Além do faro de investigador, Darnton também adotou o olhar etnográfico em alguns de seus livros embasados na antropologia cultural norte-americana representada especialmente por Clifford Geertz e que, entre outros fatores, ajudou a transformar os paradigmas históricos entre os anos 1960 e 1970, época em que se deu a maior parte da produção de Darnton.
As obras de Darnton, de leitura fluente e instigante, ultrapassaram as fronteiras universitárias e atingiram públicos mais amplos. No Brasil, os leitores contam com O grande massacre de gatos (Graal, 1986), Boemia Literária e Revolução (Companhia das Letras, 1987), O lado oculto da Revolução (Companhia das Letras, 1988), Edição e Sedição (Companhia das Letras, 1992), O beijo de Lamourete (Companhia das
Letras, 1995), O Iluminismo como negócio (Companhia das Letras, 1996), Revolução
Impressa (Edusp, 1996, em co-autoria com Daniel Roche), Os Best-sellers proibidos da França pré-revolucionária (Companhia das Letras, 1998) e Os dentes falsos de
George Washington (Companhia das Letras, 2005). Conforme se observa, a maior parte dos livros de Darnton versou sobre o universo intelectual, editorial e livresco do século XVIII francês. Desta maneira, o autor tornou-se um dos principais representantes da