Entrevidta com chartier

8826 palavras 36 páginas
ENTREVISTA
Especial

Roger Chartier
Por: Claudete Maria Miranda Dias

Linguagens, Educação e Sociedade - Teresina, n. 13. jul./dez. 2005

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ENTREVISTA COM ROGER CHARTIER CONCEDIDA
À HISTORIADORA CLAUDETE MARIA MIRANDA DIAS*1 .

APRESENTAÇÃO

Em uma manhã de setembro de 2004,
Roger Chartier nos concedeu esta entrevista, no Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Estava no Brasil para participar do II SEMINÁRIO
DE HISTÓRIA CULTURAL, no qual apresentou uma palestra sobre a Nova
História Cultural.
Esta entrevista foi uma oportunidade de ouvir um historiador (de tanto talento), cuja obra tem contribuído para a história cultural em várias partes do mundo. São muitas as questões que poderiam ser feitas. O enfoque das questões e respostas forma um resumo das idéias de Chartier em torno da história cultural da leitura, das práticas de escrita, dos livros, das relações entre cultura escrita e literatura e da relação entre história e ficção. Ele expôs suas próprias técnicas de leitura e falou da relação dos leitores com livros dele, bem como de sua técnica de pesquisa de trabalhar com a literatura clássica de autores como Cervantes e
Sheskpeare e de modernos como Jorge Luis
Borges. Sondado sobre a relação França e
Brasil fez uma avaliação da influência e contribuição da cultura francesa e do papel

*

da École des Hautes Études en Sciences
Sociales, de Paris, na formação de historiadores brasileiros e de outros países.
No momento da entrevista, de duas horas e meia de duração, parecia que estávamos em um laboratório de pesquisa, frente ao conhecimento que Chartier expôs.
Diante de um historiador que exerce, de certa forma, influência entre historiadores do mundo inteiro, procuramos saber como o historiador Roger Chartier trabalha, numa tentativa de fazê-lo falar na primeira pessoa do singular; mas ele fugiu desta trilha até as últimas questões quando então se refere ao novo gênero da “ego-história”, criada por
Pierre

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