Resenha - Curriculo como fetiche
Francisco Pereira da Silva1
Tomaz Tadeu da Silva, em sua obra O currículo como fetiche, a poética e a política do texto curricular, surpreende desde o primeiro momento, a começar pelo título, que por si só possui a capacidade de levar o leitor a contextualizar o porquê do “fetiche”, um termo que a primeira vista nos parece um tanto esdrúxulo por se tratar de uma obra voltada principalmente aos educadores. Assim ele define o currículo, algo que enfeitiça, que encanta como fetiche. A segunda surpresa ocorre quando abrimos o livro. Ali encontramos apenas três capítulos onde o autor como um maestro consegue trazer a luz da realidade o tema proposto, descrevendo seu significado de forma crítica a atual. Em um primeiro momento, o autor nos traz a ideia do currículo como forma de significação, onde discute sua concepção epistemológica e utilização como elemento discursivo da política educacional, onde diversos grupos sociais conseguem expressar sua visão de mundo através dele, construindo hierarquias e produzindo identidades (como uma forma de poder). Em uma visão pós-estruturalista embasada na crítica neomarxista, consegue enfatizar o currículo como uma de cultura e de significação. Partindo da crítica do tradicional que compila um conjunto de fatos, de conhecimentos e informações para serem repassados a educadores ou alunos, onde sua visão pós-estruturalista vem centrada em uma perspectiva da cultura como campo de conflito e de luta, capaz de deslocar o centro da avaliação epistemológica inerente às práticas discursivas, para dentro do campo das relações sociais. Esta interessante revelação, serve como um indicador da necessidade de se levar ao espaço acadêmico esta discussão, da possibilidade de trabalhar o espaço crítico do currículo, com uma concepção mais coerente diante de uma epistemologia mais realista. Como discursiva ou