Resenha Crítica - Um Divã Para Dois
Autor: Fernando Oliveira
O filme tem como enredo a relação conflituosa em um casamento de longa data, com um casal que vive longe dos filhos.
Logo no inicio do filme, na cena em que os personagens principais, Kay e Arnold, se encontram na cozinha, no café da manhã, percebe-se o nítido afastamento emocional no diálogo entre o casal, onde Kay mostra-se mais motivada a ter uma boa comunicação com o marido, e Arnold menos focado na relação, demonstrando em sua expressão facial um sentimento de desapego à sua esposa. Nessa cena inicial, podemos associar à 7ª fase do desenvolvimento, descrita por Erickson, que ocorre aproximadamente até os 64 anos de idade, quando o indivíduo está mais centrado em si e nas relações sociais e trabalho, o que fica caracterizado por Arnold, que chega na cozinha terminando de se arrumar e com sua pasta em mãos, pronto para ir ao trabalho. As cenas seguintes decorrem em uma loja de roupas, e Kay expõe suas indagações acerca de seu casamento, ao perguntar a uma amiga: “você acredita que um casamento pode mudar?” As indagações sobre o casamento junto à outra cena em que Kay se dirige a uma livraria e compra o livro Você pode ter o casamento que quiser – O segredo de sua felicidade, e logo em seguida faz uma pesquisa sobre o terapeuta autor do livro, leva-nos ao encontro com a dualidade apresentada por Erickson, entre a Integridade e a Desesperança, onde nesta etapa se faz um balanço da vida e onde surgem questionamentos relevantes como “O que fiz da vida?” Pode-se sugerir que Kay tenha encontrado algumas respostas e está em uma busca para concertar ou encontrar um sentido para o que se foi realizado na vida até então, principalmente com relação a seu casamento.
A terceira cena que me chamou a atenção foi quando Kay e Arnold conversam sobre o casamento próximo à sala de jantar, especificamente sobre o que afeta Kay, e ela diz que não é tocada, nem beijada mais, por Arnold. Ele prontamente diz