Resenha - Cartas a um jovem terapeuta
O livro “Cartas a um jovem terapeuta” de Contardo Calligaris traz reflexões relevantes acerca do campo da psicoterapia. O livro é escrito em forma de cartas, de um experiente psicoterapeuta para jovens e iniciantes psicoterapeutas, esclarecendo, assim, suas dúvidas. A obra é dividida em onze capítulos, onde o autor utiliza exemplos de sua própria vida numa linguagem clara e simples, mostrando o que realmente é importante, de maneira prática.
No primeiro capítulo, o autor fala sobre vocação profissional; das características que acredita que um psicoterapeuta deve ter para ter êxito em sua profissão. Calligaris (2004) afirma que para ser um bom psicoterapeuta é útil ter alguns traços de caráter, no qual dificilmente poderão ser adquiridos na formação, melhor é que estejam com o futuro profissional desde o início. Uma questão que surge no decorrer deste primeiro capítulo é “o que espero de meu paciente enquanto terapeuta?”. Tal questão é respondida de maneira direta pelo autor: se você espera admiração, reconhecimento ou gratidão, então não escolha a profissão de psicoterapeuta; o psicoterapeuta encontra uma atitude de temor com escárnio.
No capitulo dois, Calligaris responde quatro bilhetes, em um deles afirma que o ponto importante para um paciente escolher um terapeuta é a confiança e não é relevante a aparência ou até a opção sexual. Questionado sobre os pacientes que se deve ou não tratar, o autor declara que cada terapeuta tem seus próprios limites para oferecer a análise. Ainda, neste capitulo o autor fala sobre o porquê que a vontade de mexer com a vida dos outros, ensiná-los e influenciá-los não seria um traço de caráter de um terapeuta; Calligaris coloca que a escolha de uma direção não deve ser decidida por uma norma ou por um saber. Espera-se que o terapeuta empurre a pessoa na direção de seu próprio desejo e por isto, que