RESENHA: Carro zero e pau-de-arara: O cotidiano da oposiçao de Classe Media ao regime Militar.

703 palavras 3 páginas
O livro “Carro-Zero e Pau-de-Arara: O Cotidiano da oposição de Classe Média ao Regime Militar”, dos autores Maria Hermínia Tavares de Almeida e Luiz Weis, trata sobre segmentos da classe média brasileira, dita intelectualizada, que se opuseram a ditadura militar. Segmentos estes, que existiram em determinados momentos e que se organizaram de diversas maneiras durante as várias fases da política ditatorial e de seus governos.
O livro investiga o cotidiano da classe média, por isso traz uma reflexão dos aspectos da vida cotidiana, como Trabalho, o risco do oficio, na universidade, a cultura e do protesto, a clandestinidade, os rituais de isolamento, as prisões, a solidão e solidariedade, a família, segredos e mentiras. Por tudo isto apresentado, este livro se configura como um clássico da história da vida privada durante o período da ditadura militar.
A classe média vale constar, era composta, por advogados, jornalistas, arquitetos, músicos, professores universitários, estudantes politicamente ativos, entre outros. Para alguns aceitar a nova ordem vigente e imposta pelos militares era desconfortável, diante da perda dos direitos e liberdades individuais. Não faziam parte, como diz o autor, dos setores oposicionistas de maior importância, como do PCB, Igreja e sindicatos, mas essa participação não deixa de ser significativa mesmo que de forma indireta, quando liam, passavam panfletos adiante, denunciavam, abrigavam pessoas perseguidas ou davam dinheiro para partidos, ou de forma direta, quando participavam ativamente da luta pela democracia.
Mas também a classe média tinha motivos para não se opor e demonstrar isso aos quatros cantos: Ela poderia desfrutar do crescimento econômico, e vangloriar-se do “milagre econômico” que lhes garantiu fuscas zerinhos, e fingir que nada acontecia. Alguns setores perceberam que ganhariam muito mais colaborando, muitos donos de jornais não noticiavam denúncias sobre a ditadura, tão pouco, buscavam saber dos funcionários que

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