Na casa de meu Pai
APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Tradução Vera Ribeiro, 1ª edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. p.9-299.
O livro Na casa de meu pai, é de autoria do filósofo Kwame Anthony Appiah, e foi publicado pela primeira vez em 1993, tendo como reconhecimento três premiações: o James Russel, o Herskovits (melhor obra publicada em língua inglesa sobre África) e o Annisfield-Wolf Book. Nascido na Inglaterra em 1954, e criado em Gana, Appiah foi criado em uma educação formal europeia e dentro de uma família africana cristã, mas passou a maior parte de sua infância e juventude em Kumasi. O autor já publicou centenas de artigos e dezenas de livros, que tratam de conceitos como raça, política, semântica, filosofia e literatura.
O presente livro, contem nove capítulos que dialogam entre si, a partir de questões interdisciplinares, uma abordagem ampla das teorias e problemas das identidades raciais, étnicas, pan-africanas e nacionais, e de como esses conceitos conduzem o pensamento dos estudiosos sobre a África. O autor ainda faz um dialogo com várias disciplinas como a filosofia, a antropologia, a sociologia, a história, a biologia, a crítica e a teoria literária.
Além dessa interdisciplinaridade, também é um aspecto importante no livro o grande uso de elementos autobiográficos. No entanto, no prefácio, o autor se diz filho de dois mundos, fazendo referência ao seu pai, africano, e sua mãe, inglesa. Appiah diz que todos os problemas que o livro traz, são heranças do seu pai, o pan-africanismo e o apego múltiplo a suas diversas identidades. Questiona também a ideia da existência de raças humanas e de como a diversidade cultural africana ficou limitada com a experiência da construção da identidade africana. Defendendo a ideia de que é necessário repensar a política pan-africanista, Appiah trata de como o conceito de pan-africanismo se desenvolveu baseado no conceito de raça, iniciado, primeiramente por pensadores