Resenha Antonio Candido
Um dos mais respeitados estudiosos e críticos da literatura brasileira, Antônio Candido, aborda, nos capítulos 1 e 2 do livro Formação da literatura brasileira, o processo de constituição da literatura em nosso país e as características principais do Romantismo na Europa e, principalmente no Brasil.
No capítulo 1 intitulado O nacionalismo brasileiro, Candido sustenta que nossa formação literária teve início na década de 1830, período que coincidiu com a Independência nacional e o Romantismo. Neste momento histórico, surgiram “novos gêneros, novas concepções formais; e, no tocante aos temas, a disposição para exprimir outros aspectos da realidade” (p. 9).
Com relação aos temas, a intenção desta nova literatura era a de promover e valorizar a nova nação e, no que diz respeito às formas, libertar-se dos modelos clássicos e portugueses. O ponto de partida para o Nacionalismo literário foi a revista Niterói, publicada em Paris em 1836 e que traz como epígrafe “Tudo pelo Brasil, e para o Brasil”, que, de acordo com Candido, origina-se “de uma convergência de fatores locais e sugestões externas” e por isso é “nacional e universal” (CANDIDO, p. 14).
Para Candido, a renovação literária no Brasil apresenta dois aspectos básicos, o nacionalismo e o Romantismo. Segundo explica o autor, o nacionalismo “encontrou expressão no Romantismo” sendo aquele uma “afirmação do próprio contra o imposto” (p.15), ou seja, uma forma de libertar-se da literatura clássica.
Esta tendência refletiu-se sobretudo na literatura dos países novos e nos que buscavam independência. Os temas universais foram substituídos pelos temas nacionais e locais. Dentre os temas preferidos tivemos a celebração da natureza (como realidade presente ou evocada pela saudade), a religião (em oposição ao classicismo pagão), os conflitos históricos (Confederação do Equador, a