resenha Antonio Candido - O direito à literatura
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O objetivo principal do autor é defender a importância das artes, mas principalmente da literatura, para o desenvolvimento social e humano de todos os povos, importância esta, que as qualificaria como um direito de humanidade. O autor começa por retratar nossa realidade atual quanto aos direitos humanos, defende que, embora tenhamos evoluído significativamente quanto a empatia pelo próximo, a questão do egoísmo está longe de ser resolvida, Cândido exemplifica a situação demonstrando que nas últimas décadas aprimoramos efetivamente nossas técnicas de produção, o que deveria equalizar a distribuição de bens entre as pessoas, contudo tem acontecido justamente o contrário. Por conta de tal egoísmo, temos grande dificuldade em julgar quais necessidades são dispensáveis (“bens compressíveis”) e quais são indispensáveis (“bens incompressíveis”). O autor observa que direitos como moradia, alimentação, educação e saúde são amplamente vistos como “bens incompressíveis”, porém costumamos julgar o direito à crença, à opinião, ao lazer e até o direito à arte e à literatura, que como Cândido acredita “garantem a integridade espiritual”, como “bens compressíveis”. O autor dedica-se posteriormente a questionar o papel da literatura na edificação da humanidade individual e da sociedade, e acaba por constatar que esta pode adquirir tanto um cunho construtivo quanto destrutivo, quando retrata problemas da realidade e provoca inquietações morais e psíquicas nos leitores. Por esse motivo é considerada perigosa por muitos e vista por eles como um bem dispensável. Mais adiante, Cândido busca demonstrar como a literatura esteve sempre a serviço de retratar as mudanças, revoluções e o desenvolvimento da sociedade, retratando principalmente os movimentos literários dos séculos XIX e XX, que tinham como objetivo principal retratar a realidade dos homens mais humildes, a urbanização e a vida dos operários. Ora, se a literatura retratava então a realidade dessas classes menos