REPREENSÃO
18 de setembro de 2011 • 21h17
Marcelo Corrêa Carvalho, 8 anos, foi repreendido na escola por gostar de rock
Com dois anos de idade, Marcelo Corrêa Carvalho trocou o interesse pelos vídeos infantis por DVDs de bandas como Beatles e Ramones. Aos três anos, ganhou a primeira camiseta de rock com a banda Rolling Stones estampada na frente. Hoje, aos oito anos, toca guitarra, violão e tem como ídolo os astros Jimmy Hendrix e Chuck Berry. As preferências musicais do estudante, no entanto, foram apontadas como erradas pela diretora de uma escola particular de São José do Rio Preto (SP), no início deste ano, e estimularam o debate sobre formas de punição que ainda existem em alguns colégios.
Segundo Nara Campos Calachi, mãe do aluno, tudo começou quando Marcelo ficou "batucando" na mesa da classe e atrapalhando a aula. Ele teria sido encaminhado para a direção da escola, onde foi "orientado a não gostar mais de rock". "Ela perguntou por que ele estava fazendo barulhos, e então ele contou que gostava de rock e queria ser guitarrista. Ela mostrou para ele algumas traduções de músicas de rock e disse que os roqueiros tinham pacto com satã e que, por isso, ele não deveria seguir este caminho", conta a mãe.
Ao chegar em casa, Marcelo perguntou à mãe por que não haviam contado a ele que "rock era algo do mal". "Ele ficou muito assustado no início, teve pesadelos e não quis mais tocar guitarra. Mas então eu o troquei de escola e conversei muito sobre o ocorrido. Ele ainda não está dormindo sozinho, mas voltou a tocar", diz Nara.
De acordo com ela, o problema não foi o fato de Marcelo ser chamado pelo mau comportamento, mas sim de ser orientado inadequadamente. "Acredito na orientação, mas em parceria com a família. Creio que o correto seria dizer ao meu filho que ele estava atrapalhando a aula e que estava prejudicando os colegas e ele próprio. Se ele insistisse na atitude, acredito que o certo seria me