Relevancia social
Ao se pensar em saúde e qualidade de vida, objeto da formulação de políticas públicas para saúde, sabe-se que não se deve considerar apenas problemas de tenham como causa algo oriundo da dimensão biológica, isto é, do corpo do homem propriamente dito. Os problemas de saúde podem também ser causados pelos chamados determinantes sociais, econômicos e políticos. Desde o advento da revolução industrial e o surgimento de grandes aglomerados urbanos percebeu-se que a qualidade da saúde estaria intrinsecamente ligada a fatores externos à vida humana. Os determinantes sociais acabam por causar iniquidades sociais em saúde, as quais significam desigualdade de saúde entre grupos populacionais. Em países como o Brasil, de enormes desigualdades sociais, essa iniquidade é considerável.
Ao passo que a sociedade se torna complexa, os determinantes sociais também aumentam seus graus de complexidade, fato que dificulta cada vez mais o combate por parte do Estado. Do ponto de vista histórico e sociológico é possível dizer que hoje há fatores determinantes que antes não existiam, a exemplo do exacerbado processo de urbanização, as questões ambientais no sentido da poluição, o envelhecimento da população, o agravamento da concentração de renda, o desemprego estrutural, enfim, uma série de fenômenos característicos dos dias atuais. Isso sem falar nos problemas oriundos do mero aumento populacional ou da expectativa de vida como, por exemplo, a escassez de recursos hídricos, a questão do condicionamento do lixo urbano, do saneamento, entre outros. Assim, cabe ao governo pensar em políticas públicas que possam considerar e compreender essa maior complexidade dos fatos.
Logo, a saúde não é um fenômeno apenas biológico, mas tem uma dimensão social. As diferenças entre a qualidade e a expectativa de vida entre os indivíduos se dá pela condição social, condição essa atrelada aos níveis de escolaridade, acesso a serviços, boa alimentação etc. Dessa forma, é preciso