Relações étnico – culturais e relativismo cultural
As relações étnico-culturais são todas as situações nas quais diferentes culturas/etnias são colocadas em contato por qualquer razão, e supõe que dois ou mais povos que representam suas etnias mantenham por tempo indeterminado alguma forma de convivência. Esse contato normalmente é motivado por deslocamento de grupos de pessoas de uma etnia para outro lugar onde se encontra outro grupo étnico. Os motivos podem ser variados, como a intenção de ocupação de território, atividades comerciais, exploratórias, de relação de troca, do estabelecimento de vínculos de parceria ou amizade, procura de condições de vida diferentes e oportunidades, diáspora (que é a dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica) ou mesmo de guerras.
O relativismo cultural parte do pressuposto que cada cultura se expressa de forma diferente. Dessa forma, trata-se de pregar que a atividade humana individual deve ser interpretada em contexto, nos termos de sua própria cultura. Esse princípio foi estabelecido como axiomático na pesquisa antropológica de Franz Boas, nas primeiras décadas do século XX e, mais tarde, popularizado pelos seus alunos. Porém, o relativismo não é mero axioma (algo que não precisa ser provado ou um ponto de partida a priori), mas antes parte das conclusões que são produzidas da observação e da convivência com outros grupos e com suas convicções.
O princípio do relativismo cultural decorre de um vasto conjunto de fatos, obtidos ao se aplicar nos estudos etnológicos as técnicas que nos permitiram penetrar no sistema de valores subjacentes às diferentes