A importancia da cultura
3 - As principais características da cultura como visão de mundo: herança cultural e formas de compreender o mundo, a participação dos indivíduos na cultura.
Portanto, o sentido tido como mais comum para cultura é o de que o homem que tem cultura é um homem “culto”. É aquele que “cultiva” (no sentido de desenvolver, praticar, cultuar) a inteligência, as artes e o conhecimento presente nos livros. Mas, se pensamos a cultura somente neste sentido temos que perguntar: só quem lê muito, quem passou um longo tempo na escola é que tem cultura? Somente o professor, o intelectual, os profissionais de formação universitária? Mas e o bóia-fria, o operário, o comerciante. Eles não têm cultura? Em outra perspectiva, podemos pensar que cultura é cinema, pintura, teatro, as manifestações artísticas em geral. Nesse caso, só os artistas teriam cultura? E as festas populares, as crenças, as chamadas tradições, seriam o quê?
A maneira de ser, de agir e de pensar de um grupo de pessoas ou de uma classe social seria ou não uma cultura? O “modo de ser” dos brasileiros, como se costuma a ouvir dizer, tem a ver com cultura, com “cultura brasileira”? A mainstrean[1], os veículos mídia, como Rede Globo, Record, SBT, as TVs educativas e, mais recentemente, as TVs a cabo e pela internet, seriam veiculares de cultura? Mas de qual cultura?
Antes de responder estas pergunta e, segundo Marilena Chauí, temos que relacionar o conceito de cultura a outros dois termos fundamentais: o de civilização e o de história. Na Europa do séc. XVIII, o conceito de cultura passou a ser associado ao conceito de civilização. Os pensadores da época em seus estudos sobre o homem e a sociedade, pensavam a relação entre os conceitos de cultura e de civilização de maneiras diversas.
Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) que definia a cultura em sentido positivo, o homem é naturalmente bom e, portanto, a cultura seria definida como bondade natural,