Relações internacionais
Em primeiro lugar, é necessário ressaltar a importância das políticas adotadas pelos
Estados Unidos para a América Latina. Desde o século XIX os norte-americanos adotaram uma política de defesa de seus interesses na na região, como pode ser exemplificado pela Doutrina Monroe e pela idéia do Destino Manifesto, que justificou a conquista de territórios mexicanos e a expansão das fronteiras dos Estados Unidos em direção ao oceano Pacífico.
Durante o governo do presidente Theodore Roosevelt (1901-1909), os norteamericanos passaram a intervir direta e agressivamente na região. Em 1898, os Estados
Unidos haviam derrotado a Espanha, conquistado Porto Rico e imposto um protetorado sobre Cuba (sob pressão, a Constituição cubana incorporou a Emenda Platt, que autorizava a intervenção norte-americana em seus assuntos internos). Em 1901, o
Congresso americano votou a favor da construção de um canal interoceânico no
Panamá, de vital importância para os interesses econômicos de seu país. Como o
Panamá era território colombiano, e o Senado deste país se recusou a conceder o direito de construção do canal, os Estados Unidos fomentaram uma revolta que culminou com a independência do Panamá (1903), imediatamente reconhecida pelo governo de
Roosevelt. A política de intervenção dos Estados Unidos nos assuntos latino-americanos ganhou o nome de política do big stick (porrete). Nas três primeiras décadas do século
XX foram registradas sessenta casos de intervenções dos Estados Unidos na política interna de países latino-americanos (México, Panamá, Cuba, São Domingos, Haiti,
Nicarágua).
Somente na década de 1930 é que ocorreram mudanças na política dos Estados
Unidos para a América Latina: durante o governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-
1945), a Política da Boa Vizinhança buscou acentuar a identidade existente entre os países da América, cujo objetivo fundamental era conquistar