Relações Internacionais
Convidado pela Comissão de Comércio Exterior e Relações Internacionais da OAB, o filósofo deixou claro para a atenta platéia, composta sobretudo por jovens estudantes e profissionais da área de direito, que a complexidade da ordem internacional é muito ampla, e vai bem além dos estereótipos através dos quais é analisada no Brasil. Como exemplo disso, citou o conceito de “mundo unipolar”, muito utilizado pela mídia e intelectuais brasileiros para descrever a atual ordem internacional, mas que não se sustenta, entre outras coisas, pelo grande número de conflitos existentes atualmente no mundo. “A primeira coisa que todos deveriam fazer, no Brasil, é tentar entender o que está acontecendo no mundo hoje, obtendo informações que são acessíveis ao público internacional há décadas, mas que não chegam ao conhecimento do brasileiro. Este seria o primeiro passo para compreender a realidade de uma maneira mais objetiva”, declarou.
Alertou ainda para o erro de se acreditar que John Kerry, candidato democrata, representa algum tipo de oposição “ao imperialismo” de George Bush. Na realidade, Kerry é o candidato preferencial do chamado establishment globalista que tem fortes bases dentro da política norte-americana, controlando políticos de ambos os partidos dominantes nos EUA, embora o Partido Republicano ainda apresente grande resistência contra este esquema, especialmente pelo fato de ir contra princípios tradicionais da formação cultural e religiosa do Estado norte-americano. Apesar disso, segundo afirmou, “a oposição de George Bush a este esquema não é total”, pois num momento adota posturas que defendem a independência e soberania de seu país, e