Relações de genero
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A construção histórica dos discursos sobre a sexualidade
Sabemos que o modelo de sexualidade que temos atualmente, assim como as relações de gênero, foi construído historicamente pela sociedade, que sempre buscou formas de controlar e dominar os indivíduos.
Primeiramente, na Grécia Antiga, acreditava-se que o corpo feminino era parecido com o do homem, mas pela sua inferioridade, ou falta de calor, tinha seus orgãos genitais menos desenvolvidos. Isso resultava na crença de que, na verdade, só existia um sexo, e, então, as mulheres constituiam um sexo inferior, tanto fisica quanto moralmente. (VILLELA e ARILHA, 2003)
Esse pensamento perdurou por muitos periodos da história. Ao contrario desse, a concepção de sexualidade passou por transformações na Idade Média, quando a Igreja Católica, que era detentora de grande poder, trouxe a determinação de que o corpo trazia o pecado e o prazer deveria ser somente espiritual. Após essa época, em contraposição à Igreja, veio a era Renascentista, que trouxe a valorização do corpo e nudez, quebrando a ligação entre sexo e pecado, que prevalecia anteriormente (ARAÚJO, 2009).
Foi então que, no século XVIII, o Renascentismo foi substituído pela Revolução Industrial. Essa fase da história foi marcada por intenso crescimento industrial e científico, que trouxe a mudança da visão de corpo masculino e feminino, ou seja, o sexos passaram a ser separados. Além disso, o Iluminismo traçou a caracterização do corpo como controlável e usado com fins produtivos. A partir dessa fase, percebemos que mesmo com algumas mudanças, a sociedade ainda possui a característica de generalizar conceitos de corpo e sexualidade, uma vez que o processo de medicalização passou a se impor.
No decorrer dos séculos seguintes, autores passaram a desconstruir a perspectiva de que as relações sexuais eram puramente biológicas e cabia ao indivíduo o controle de seus desejos, sempre direcionados à prática heterossexual,