Relações de gênero
Ao participarmos do Projeto Universidade-Escola Pública como alunas pesquisadoras na 1ª série (2º ano) do Ensino Fundamental surgiu o interesse e a escolha do tema “Relações de Gênero nas séries Iniciais do Ensino Fundamental”. Nossa vivência em sala de aula despertou a curiosidade e nos fez voltar a esse tema ao observarmos algumas atitudes de educadores que insistiam em reproduzir os padrões de gênero comumente estabelecidos de forma quase que mecânica, sem relativizá-los. Percebíamos isso ao vermos educadores separarem/determinarem o que são “coisas de meninas” e “coisas de meninos”, como por exemplo, as cores das folhas de sulfite permitidas eram rosa para as meninas e azul para os meninos. Nas brincadeiras, somente as meninas poderiam utilizar as bonecas e somente aos meninos ficavam reservados os carrinhos. Percebíamos também que quando alguns destes alunos ultrapassavam o limite daquilo que era rigidamente estabelecido, considerado “masculino” ou “feminino”, eram firmemente reprimidos com uma bronca, com uma atitude de ridicularização diante dos colegas da classe ou ainda eram simplesmente ignorados pelos educadores. Em um dos casos observados, um aluno, sempre que passava por alguma experiência de confronto, crítica ou ao alvo de piada entre os colegas, defendia-se por meio de atitudes agressivas, utilizando palavras como veado, bichinha, mulherzinha ao confrontá-los. Curiosamente esse mesmo aluno apresentava atitudes consideradas como “comportamento feminino”. Tal situação era reiteradamente ignorada pela professora responsável por aquela turma. Constatávamos, assim, um paradoxo entre e as práticas em sala de aula dos educadores que pudemos observar e as orientações contidas nos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais. Para melhor colocar o problema, selecionamos os seguintes excertos:
As manifestações de sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são as respostas