Relação entre as artes
No livro “Literatura e Música- Modulações Pós-coloniais”, a autora Solange Ribeiro de Almeida apresenta que os textos sobre a história das artes oferece-nos um bom ponto de largada para os estudos das relações estabelecidas entre os vários sistemas semióticos. Ao ser descrito a oposição entre o realismo e o impressionismo, no âmbito da pintura, por exemplo, explicita que as pinturas realistas, aquelas que pintam retratos de sua época, trazendo reflexões sociais e políticas, e as impressionistas que tem como temática principal a luz do sol e seus efeitos nos objetos da natureza, onde a técnica é mais importante do que o tema da pintura, sugerem uma ilusão óptica do objeto representado pela pintura neoclássica.
“[...] os compêndios tradicionalmente comentam a propriedade concedida ao desenho pela pintura neoclássica, que se esforça por sugerir a “tatilidade” óptica, a ilusão de poder “tocar” com a vista o objeto representado. ”(DE ALMEIDA, LITERATURA E MÚSICA, pág.21) Ao romperem com o academicismo, período em que as artes seguiam as normas das Academias, os pintores impressionistas adotam outra maneira de pintar, iniciando com a exposição da pintura conhecida como “vagaroso borrão cromático, evanescente”, obra de Claude Monet, Impression, Soleil Levant, em uma exposição em Paris. A autora aludi à audição musical e a outras formas de percepção sensorial para sintetizar as características do novo estilo surgido, ao apresentar um texto com impressões fundamentais, de que há uma natural unidade entre todas as artes, apresentadas como extensões dos órgãos dos sentido. Na área da música, as composições de Claude Debussy para piano alude a uma tela de um pintor, comparando-a a uma “cintilante teia de sons, vergada ao peso de um orvalho matutino, iridescente ao sol matinal”. Para Kaufamann, o impressionismo musical criado por Debussy cria uma arte expressiva, não ligada ao intelecto ou as emoções, mas