A relação entre a arte e o inconsciente
Um Paralelo entre Jung e Camille Claudel
Por Carlos Bruno A. Ribeiro
Este artigo tem como objetivo o estudo da relação entre a arte e o inconsciente, usando como fio condutor das discussões a arte como expressão do inconsciente, ou seja, a influência dos fatores externos nas obras artísticas. Para isso, o presente artigo usa como objeto de estudo A Onda ou “La Vague” de Camille Claudel, uma obra que exibe três banhistas, prestes a serem engolidas por uma onda gigantesca. A obra, pertence à nova fase de seu trabalho, destacando o uso da figura feminina. A unidade da peça vem justamente da disposição das figuras femininas e do movimento da onda em diferentes suportes, expressam o embate do humano com as forças da natureza, um esboço do inconsciente, um misto de sentimentos, como, inveja, ciúme, carência e resistência.
Uma obra diz muito sobre o artista, isso, partindo do pressuposto que a obra de arte é a impressão do inconsciente, assim, a arte e a ciência necessitam de uma inversão, de novos conceitos, idéias e novos caminhos de percepção. Ambas dependem da mesma sensibilidade emocional e física, ritmos, consistência, novidade, metáfora e analogia, ou seja, a conjunção entre a mente e as mãos. Um abreviado da vida de Camille Claudel expressa claramente essa relação. Ela viveu com intensidade, adiante de sua época, em um momento em que para mulheres era vetado o ingresso na Academia de Belas Artes. Auguste Rodin foi mestre, amante e modelo de diversos desenhos e esculturas de Camille. Nesse contexto, ela se tornou cada vez mais possessiva, fatores como o desejo incontido de Camille, a repulsa de Rodin, a fratura psicológica da mulher no período, resultaram em seu internamento num instituto psiquiátrico pelo próprio irmão e pela mãe, cansados de seus escândalos.
Devastação e o conceito de angústia, tal como a Psicanálise os concebe, criam um retrato de uma artista esmagada pela sociedade em seu tempo, expressão