Relação de poder e dominação entre bourdieu e sayad
Pierre Bourdieu está preocupado em analisar a questão da dominação e da reprodução das desigualdades que estão presentes em nossa sociedade. Desse modo, o autor nos mostra que a dominação sempre existiu, sendo permanente, de forma que existe uma classe dominante que transmite ideais afim de que os dominados passem a acreditar que aquilo que existe e que lhes foi imposto, por meio de discursos, é natural. Assim, o autor irá criar o conceito de capital simbólico, ou seja, irá abranger a ideia de capital tida por pensadores como Karl Marx , que mantinham apenas a noção de capital financeiro, referindo-se ao dinheiro ou à troca. Nessa concepção, Bourdieu irá analisar, de forma simbólica, todos os conceitos que nos são colocados e que fazem com que nosso comportamento seja moldado e que formas de comportamento nos sejam interiorizadas e exteriorizadas pela classe dominante. A exemplo disso, Bourdieu irá citar a escola, que é capaz de interiorizar tais formas de comportamento nos indivíduos. Sendo assim, em sua obra “O poder simbólico”, Bourdieu trata de nos mostrar essa visão, dando-nos o significado de alguns termos fundamentais para a compreensão do seu trabalho, sendo o habitus para ele, um processo capaz de moldar o modo de enxergar o mundo e o corpo dos indivíduos. É, para ele, uma capacidade criativa, um processo de aprendizado e que deve ser colocado em prática, se impondo maneiras tidas como corretas ou não. A questão é que esse habitus foi imposto pela classe dominante ao longo dos anos, de modo que essa classe foi capaz de manter o monopólio do que deva ser valorizado e legítimo. Dessa maneira, o habitus ultrapassa o que conhecemos como “hábito”, pois vai além da rotina e influência nas formas de comportamento do indivíduo, sendo o habitus, inconsciente e interiorizado. Para Bourdieu, as pessoas não são totalmente livres, existem formas de poder, tais como as usadas pela classe dominante, que