Regularização agrária
José Arimatéia
O que para mim teve maior importância é que, quando dela tratei, falava praticamente sozinho, ante pessoas que oscilavam entre apatia e a hostilidade. Estava, então longe do assunto, pelas implicações e falta de consciência.
A saber, falavam-se e pregavam a reforma agrária ao longo dos anos. Ora, não existi nem a Regularização Agrária de terras brasileiras, como reformar, o que não existe. Defendíamos alem da Regularização Fundiária a criação da “JUSTIÇA AGRÁRIA”.
No tempo da minha luta, atacar o latifúndio improdutivo e defender as minhas ideias, era ser subversivo. Latifúndio este que através de trustes internacionais agiam a favor dos interesses e ganância do capital estrangeiro. Faziam “justiça” com a violência, pistoleiros e bandidos. O meu trabalho e a minha atuação como vereador e deputado estadual em Barra do Garças, foi sempre em favor dos verdadeiros trabalhadores rurais, cuja terra não era objeto de especulação financeira, mas sim, a sobrevivência da sua família, por falta de oportunidades, analfabetismo, humilhações, como eram tratados nas cidades. Nunca apoiei ou defendi “grileiros” de terras produtivas.
No inicio a minha aproximação com os trabalhadores refletia apenas desejo de conhecer os problemas e aspirações desses milhões de brasileiros. Na minha região de atuação, como pessoa, entretanto, estabeleceu-se um vinculo humano permanente entre mim e eles. Sou amigo pessoal e compadre de muito deles.
Preocupado com a situação de carência crônica na vivencia desse imenso contingente da população brasileira, eu de fato, abracei a causa da legalização Agrária, da Reforma Agrária e da Justiça Agrária. Sonhava eu com o que pareciam viáveis. Tudo transformou-se com a violência contra estes trabalhadores, transformando o meu sonho de dias melhores em um pesadelo social, vivido até hoje no Brasil.
O Brasil foi ocupado e colonizado, marginalizando o trabalhador. Este processo histórico traz a tona os