Reflexões sobre a profissão docente: antigas professoras falam sobre o passado e o presente da professora primária
CASTRO, Magali de – PUC-Minas
NOTAS INTRODUTÓRIAS
A profissão docente sempre foi e será importante para a sociedade. Nenhuma grande personalidade atingiu o posto que hoje ocupa sem que tenha passado pelas mãos de uma professora “primária” ou de ensino fundamental. Sobre a importância da educação e, conseqüentemente, de quem educa, Brandão assim se manifesta:
Fomos um dia o que alguma educação nos fez. E estaremos sendo, a cada momento de nossas vidas, o que fazemos com a educação que praticamos e o que os círculos de buscadores de saber com os quais nos envolvemos estão constantemente criando em nós e fazendo conosco. (BRANDÃO, 2000, p. 451)
A profissão docente tem sido alvo de extensa produção, configurando-se como uma das principais temáticas da análise contemporânea sobre os profissionais da educação. O magistério da escola básica passa por uma crise de valorização: com os baixos salários que os obriga a dobrar turnos de trabalho para garantirem a sobrevivência, os professores da educação básica carecem de tempo e de recursos financeiros para se atualizarem e para maior dedicação à sua atividade docente.
Nesse contexto, acirram-se as discussões em torno da formação de professores e do nível de titulação desejado para o professor da escola básica. Professores, associações de classe e científicas debatem sobre a valorização do professor e sobre as instituições que devem ser responsáveis pela sua formação em nível superior. Na verdade, a valorização do magistério não passa pela exigência do nível superior para o exercício da docência no ensino fundamental e nem mesmo pela institucionalização de critérios e medidas de valorização. Sua busca é uma tarefa do próprio professor, em conjunto com os outros atores da escola, com os Sindicatos, as Associações Científicas e de Classe e o próprio governo. Pais, alunos e sociedade civil em geral