Reflexões acerca do preconceito
por Davi Marangon
ALGUMAS REFLEXÕES ACERCA DO PRECONCEITO
A utilização da técnica do “Fred Flintstone” em relação ao trato do preconceito nos diferentes espaços de socialização, e entre eles a escola, lança de imediato alguns desafios: (1º) A necessidade de “levantar o tapete” e (2º) eliminar “aquilo que está escondido” (negado) embaixo dele. Estes serão os aspectos da abordagem que me proponho a realizar.
Olhando o problema nos olhos ou ,“Levantando o tapete”
Os questionamentos em relação ao mito de que em nosso país existe um paraíso racial onde todos vivem “naturalmente” em harmonia, e os movimentos sociais das “minorias” reinvindicando espaços de igualdade, trouxeram discussões a respeito do preconceito e das diferenças para um plano político de contestações. No entanto, apesar dos discursos já terem incorporado a necessidade de que todos devem ter os mesmos direitos à inclusão social e ao exercício da cidadania, muito pouco tem sido feito no sentido de modificar as práticas preconceituosas. O problema maior da negação do preconceito é o imobilismo para combatê-lo. Assim como no desenho o Fred varre a sujeira para debaixo do tapete para fazer a “política do menor esforço” procurando enganar a Vilma, vemos na falta de ações práticas para evitar o preconceito a “sujeira” que está sendo “varrida para debaixo do tapete” social. Levantar o tapete e fazer a constatação de que o preconceito não é admitido é apenas o primeiro passo; é necessário um esforço maior para combatê-lo e eliminá-lo de nossos espaços de relação. Assim, o segundo passo é sairmos da ignorância a respeito dos reais motivos que sustentam nossas ações preconceituosas em todos os níveis: raciais/étnicos, gênero e sexualidade, religião, classe social, etc. Parece que fechamos os olhos para as conseqüências dessa ignorância. Os