Reflexão sobre o livro Ator e Método.
966 palavras
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Na primeira parte da leitura, minha impressão foi a de que Kusnet, mesmo sendo alguém 'conhecido' ou teoricamente 'famoso' hoje em dia e apesar de sua vasta experiência, que mal se compara a minha, a princípio também se encontrava na mesma situação em que eu me encontro hoje, numa pesquisa diária de aprendizados, na busca pelos diferentes personagens, utilizando e aprendendo diariamente métodos, como principalmente o de Stanislavki e com uma paixão enorme pelo teatro. Depois, ao longo dos anos acaba se especializando cada vez mais e logo após cria uma intensa necessidade de não só estar no palco, como ensinar aquilo que faz. Ou seja, passar seus ensinamentos como profissional àqueles que sonham em seguir tal carreira e se interessam com a arte teatral. Com isso, escreve dois livros, que ao final, 'concertados' e adaptados, tornam-se o 'Ator e Método'. Algo que é dito por Kusnet, que realmente me intriga é a questão da "dualidade do ator". A princípio, quando começamos a fazer teatro ou para aqueles que nunca fizeram e não compreendem muito suas 'teorias', acredita-se que o ator tem de 'encarnar' o personagem e esquecer completamente da sua existência como pessoa em cena, como se por exemplo, eu Giuliana, entrasse em cena para ser completamente outra pessoa deixando o meu próprio 'eu' em inexistência, o que na prática é impossível de ser feito. E a maneira na qual ele aborda como deve ser feito, assumindo os problemas do personagem, adquirindo a fé cênica, vivendo o personagem com máxima sinceridade sem que se perca a noção crítica de sua obra, nos dá uma melhor ideia de qual caminhos devemos seguir ao pisarmos no palco (apesar de não ser simples, é claro). Concordo completamente com o que foi dito na introdução: "Como então poderia o artista de teatro fazer 'arte pela arte'?. Não, a nossa arte é realizada, como disse Stanislavski, 'para o homem, pelo homem e sobre o homem'... ". Não que fazer arte pela arte seja algo completamente ruim, mas pessoalmente