Brecht e stanislavski
Resumo: Esta pesquisa aborda as relações existentes entre Brecht e Stanislavski, procurando perceber pontos de oposição e aproximação entre os dois estudiosos. Inicialmente, demos um foco individual para Brecht, abordando principalmente a dramaturgia e encenação épica e o efeito do distanciamento; e em seguida, trabalhamos especificamente Stanislavski enfatizando os conceitos de memória emotiva e das ações físicas. Por fim, realizamos uma interseção do estudo realizado individualmente entre os dois teóricos, procurando estabelecer relações entre eles, além de analisar a natureza das relações de aproximação, percebendo se são aproximações de pressupostos teóricos ou apenas de elementos sistemáticos e metódicos.
Palavras-chave: Brecht, Stanislavski, relações
1. Brecht: o teatro épico e o estranhamento
Eugen Berhtold Frederic Brecht nasceu em Ausburg em 10 de fevereiro de 1898. Foi um grande dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX, e seus trabalhos exerceram grande influência sobre o teatro contemporâneo. Brecht defendia um teatro dialético e político, com função transformadora, que atuasse revolucionariamente sobre o ambiente social.
Essa perspectiva política que Brecht conferiu ao seu teatro, além de provir de influências advindas do teatro político de Piscator[1], deve-se a sua postura ante a realidade social, política e econômica que o cercava. Afinal, como ele mesmo disse, viveu em “tempos negros”: viu a 1ª Guerra Mundial, o massacre da Revolução Alemã com a morte de milhares de operários e lideranças sindicais, viu a fome nos anos 20, a ascensão de Hitler, e a perseguição de perto.
As ruas do meu tempo conduziam ao pântano.
A linguagem denunciou-me ao carrasco.
Eu pouco podia fazer.
Mas os que estavam por cima.