Reflexão sobre a teoria bakhtiniana
(Estudo dos elementos da ficção no romance)
Uma das principais coisas que cercam qualquer romance ou novela é a ficção, presente em qualquer obra, mesmo que esta seja autobiográfica. A ficção designa uma narrativa imaginária, irreal, proveniente da fantasia. Segundo o Dicionário OnLine Michaelis, ficção é o ato ou efeito de fingir; simulação; arte de imaginar; coisas imaginárias. Obra ou literatura de f.: aquela cujo enredo é criado pela imaginação do autor.
Sendo assim, a ficção é peça importante na criação de qualquer obra literária, para a criação de seu enredo e é necessária para que a imaginação do autor possa fluir criativamente. Pois como afirma Llosa (2008, p. 8) a ficção consiste em substituir ilusoriamente o mundo concreto e objetivo da vida vivida pelo sutil e efêmero mundo da ficção. Assim, pode-se dizer que o que os romances descrevem nunca se trata de coisas que realmente aconteceram. É certo que, os autores se influenciem por suas próprias experiências, mas só isso não é suficiente para o desenrolar da história. Através da ficção, o autor pode moldar a realidade à sua própria vontade, de acordo com seus sonhos e necessidades.
Segundo Llosa (2008, p. 9):
A ficção é uma mentira que encobre uma verdade profunda: ela é a vida que não foi, a que os homens e mulheres de determinada época quiseram levar e não levaram, precisando, por isso, inventá-la. Ela não é o retrato da história, mas a sua contracapa ou reverso, o que não aconteceu e, precisamente por isso, precisou ser criado pela imaginação e pelas palavras para satisfazer as expectativas que a vida de verdade era incapaz de cumprir, para preencher o vazio que homens e mulheres descobriam à sua volta e tentavam povoar com os fantasmas que eles próprios fabricavam.
A ficção nasce a partir do momento em que alguém se rebela contra certos aspectos diversos vividos ou observados por ele na sociedade, como demonstra Llosa (2008, p. 8) ao dizer que quem se entrega à elucubração de