Reestruturação Produtiva no Brasil
A partir da década de 1970, verificou-se na economia mundial, tendo-se como expoentes principais os países centrais do capitalismo (EUA e Europa Ocidental), a crise da forma de produção caracterizada como fordismo. A crise do fordismo é mais uma crise característica das formas de produção capitalista. Sem nos aprofundarmos nas causas especificas da crise do Capital, neste momento específico conhecido como fordismo, podemos dizer que esta forma de produção vivenciou uma crise de superprodução caracterizada pela produção em massa, sem corresponder às exigências do mercado cada vez mais restrito e seletivo.
A superação do modelo fordista, no entanto, não significou somente uma nova forma de produção capaz de dar respostas às novas exigências produtivas, como, por exemplo, uma acomodação do modelo de acumulação ao desenvolvimento tecnológico. É necessário compreender, este processo, como o resultado de decisões políticas de setores sociais, frente a uma conjuntura política da relação Capital/Trabalho favorável e capaz de romper com o pacto social (chamada sociedade salarial) até então vigente (LEITE, 2009: 68). Nesse sentido é que a superação da crise do modelo de acumulação anterior possibilitou, a partir da década de 70 nos países centrais do capitalismo e, nos anos 80, no Brasil, a introdução de novos conceitos produtivos oriundos do modelo japonês. Inaugura-se, internacionalmente, uma nova forma de produção ligada ao lema lean production (produção enxuta) que ficará conhecida como produção flexível ou toyotismo.
Impulsionado pela terceira Revolução Industrial, a produção flexível desenvolve técnicas próprias e nova forma de organização do trabalho. Sua característica principal é a flexibilização: flexibilização das jornadas de trabalho; flexibilização na possibilidade de as empresas demitirem e admitirem força de trabalho; flexibilização dos processos de trabalho com a integração de diferentes parcelas do trabalho, outrora divididos pelo