Redes de Indignação e Esperança Movimentos sociais na era da internet
Articular mentes, criar significados, contestar o poder.
A capacidade de reunião dos componentes da sociedade contemporânea pegou desavisado o poder instituído. Não era esperado que pessoas com diferentes filiações ideológicas, com diferentes anseios, vivendo em uma época de profundas angustias pessoais, fossem capazes de se unir e buscar mudanças que pareciam inconcebíveis. O estabelecimento e o desenvolvimento desse processo, segundo Castells, fez ruir a imagem dos poderosos, transformando-os em motivo de chacota e desprezo.
A criação das redes sociais, através da internet, possibilitou o surgimento dessa coesão de anseios. Os meios de comunicação, antes instrumentos controlados pelo poder, passaram a ser espaço público não controlado e de fácil acesso. O medo que sempre foi utilizado pelos poderes instituídos não tem espaço na internet, dando ampla possibilidade de manifestação e sua ausência gera a coragem da reação.
Os movimentos tomaram conta do mundo, surgiram tímidos, mas rapidamente se avolumaram e se espalharam, com a mesma dinâmica dos conteúdos virtuais. pessoas no mundo todo se viram envolvidas e se voluntariaram à manifestação que clamava por assuntos ligados à dignidade humana, mas, sobretudo, clamava pelo fim das desfaçatez com que o povo é tratado por aqueles que detém o poder.
As grandes marcas dos movimentos e dessas conexões ficou por conta da superação das ideologias, que foram postas à parte, e do repúdio a toda e qualquer organização formal. Tudo foi organizado via rede e os debates locais e coletivos é que deram o rumo às decisões.
Castells se propõe, nessa obra, a apresentar hipóteses sobre os rumos da sociedade do século XXI, considerando a natureza e as perspectivas dos movimentos sociais em rede. Considerando teoria do poder exposta no livro “Communication Power”.
Ainda, consoante Castells, as relações de poder constituem a sociedade a partir da premissa de que quem detém o poder, forja suas instituições