resenha livro manuel castells
O Livro Redes de Indignação e Esperança do sociólogo Manuel Castells foi escrito após uma onda de enormes manifestações populares pelo mundo, nos mais diversos países, na era da internet. O autor busca analisar a natureza e as perspectivas desses movimentos sociais em rede sem, no entanto, construir uma interpretação acadêmica dos movimentos, por lhe parecer uma análise ainda prematura.
Castells se aprofunda sobre a revolução no Egito, as insurreições árabes, os indignados da Espanha e Occupy Wall Street. Além disso, fez um posfácio sobre as recentes manifestações de junho no Brasil, nas quais estávamos nas ruas.
É importante destacar algumas características presentes em todos os movimentos analisados pelo autor, principalmente relacionadas à comunicação na era digital. Manuel Castells enfatiza o importante papel das redes sociais online na mobilização e difusão de informação; o uso de ferramentas digitais como facebook, twitter, livestreaming e youtube, em todos os movimentos e a autonomia que a comunicação em rede digital proporciona aos cidadãos. Além disso, outras características se repetem em muitos dos movimentos, como a ausência de líderes, a combinação entre indignação e esperança, a aglutinação de diferentes correntes sociais, a procura por uma radicalização da democracia - uma democracia realmente participativa - e, muitas vezes, a forte repressão policial aos movimentos. As similaridades eram vistas também em cartazes e palavras de ordem que se repetiram em diversos países, como “nós somos os 99%”, “você não me representa” e “o sistema é a crise”.
Prelúdio à revolução: Onde tudo começou
As manifestações tiveram inicio no Sul e no Norte, na Turquia e na Islândia, e de lá se espalhou por todo o planeta. As causas das manifestações foram diversificadas e dentre as mais recorrentes estava, a humilhação. Apesar dos locais iniciais e dos seguintes não serem próximos, foi possível perceber segundo o autor que teria um fio comum que unia