Recursos humanos

A Administração de Recursos Humanos Isabela Baleeiro Curado e Maria José Tonelli FGV - EAESP A teoria de gestão de recursos humanos tem passado por diversas transformações nos últimos anos. Tradicionalmente a área sempre foi considerada funcional, responsável pelo recrutamento, seleção, avaliação, treinamento, desenvolvimento, remuneração e gestão de benefícios. Conforme descrito por Chiavenato (1994), “A ARH é contingencial, ou seja, depende da situação organizacional: do ambiente, da tecnologia empregada pela organização, das políticas e diretrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção existente na organização acerca do homem e sua natureza e, sobretudo, da qualidade e quantidade de recursos humanos disponíveis” (p.124). Nesta concepção, fica evidente que o papel de ARH é acessório, ainda que seu lugar no desenho da estrutura organizacional possa ser centralizado ou descentralizado. Chiavenato deixa claro que “Assim, a ARH nem sempre recebe apoio significativo da alta direção, o qual é transferido para outras áreas que adquirem enganosamente, maior prioridade e importância” (p.136). Tomamos o livro de Chiavenato como representativo das concepções que cercam a gestão de recursos humanos na década de 80 e até mesmo no início da década de noventa. A primeira edição do livro de Chiavenato é de 1983 e edição compacta referida na bibliografia data de 1994. Estas datas, inclusive, nos parecem indicativas do modo como a área de recursos humanos é referida nos modelos teóricos propostos. Parecem indicar também a forma, adotada pelo grande público da administração, de lidar com a área uma vez que existem inúmeras tiragens deste livro em suas três edições. Colocando de outra forma, neste período, a julgar pelo texto de época, a ARH teria exercido um papel secundário no desenho organizacional, explicitamente colocado como tal por este autor (ainda que se deva ressalvar as críticas que ele próprio apresenta sobre como as organizações não têm