Quem é a população de rua
A presença de pessoas vivendo nas ruas faz parte do cenário atual das cidades brasileiras, mas também das capitais do mundo desenvolvido, e é fruto de um processo de exclusão provocado por problemas sociais e econômicos enfrentados pelas grandes cidades do mundo moderno. Em São Paulo, mais de 12 mil pessoas vivem nas ruas ou em albergues e abrigos atualmente. E quem são elas?
A grande maioria são homens, que vivem sem a família, com idade média de aproximadamente 44 anos, sendo significativo o contingente de idosos. Mais de 50% são pardos ou pretos. Aproximadamente 65% nasceram em outros estados, mas a maioria vive na cidade de São Paulo há muitos anos. A escolaridade dos moradores de rua é baixa e pequena sua qualificação profissional. Antes de ir para rua trabalhavam principalmente na área da construção civil, serviços de limpeza, serviços técnicos e de reparação. Vivendo na rua não possuem emprego formal, mas grande parte desempenha alguma atividade para obter renda, sendo as mais frequentes aquelas que a própria rua propicia como catação de materiais recicláveis, guarda de carros, mendicância. Parte significativa apresenta problemas de saúde física ou mental, sendo expressivo o uso do álcool e, especialmente entre os jovens, o de drogas.
A ida para rua está ligada a um conjunto de fatores, sendo os principais o desemprego e falta de moradia, que geralmente estão interligados a problemas na esfera familiar como separação, brigas, desestruturação da familia e ao consumo de álcool/drogas. As histórias de vida destas pessoas revelam frequentemente rupturas sucessivas, vivências de rejeição, abandono, violência, exploração, que tem como resultado a chegada na rua, utilizada como alternativa de moradia e sobrevivência.
A população de rua não é um todo homogêneo. Nela convivem desde os recém chegados, os que estão circunstancialmente nesta situação, até aqueles para os quais a rua se tornou um modo de vida. Todos eles, no entanto,