População em Situação de Rua
Os principais motivos pelas quais as pessoas estão em situação de rua são: “ausência de moradia, inexistência de trabalho e renda, mudanças econômicas, alcoolismo, drogas, rompimentos dos vínculos familiares, doenças mentais, perda de todos os bens, além de desastres de massa e/ou naturais (enchentes, incêndios, terremoto, etc.)” aponta Silva (2006). Adota-se o conceito utilizado no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que define a população de rua como:
Grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares fragilizados ou rompidos e a inexistência de moradia convencional regular. Caracteriza-se pela utilização de logradouros públicos (praças, jardins, canteiros, marquises, viadutos) e de áreas degradadas (prédios abandonados, ruínas, carcaças de veículos) como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como das unidades de serviços de acolhimento para pernoite temporário ou moradia provisória. (BRASIL, Decreto n° 7.053 de 23 de dezembro de 2009)Em 2008, ocorreu a Pesquisa Nacional da População em Situação de Rua onde foi possível conferir uma diversidade de dados relativos ao perfil dessas pessoas. A entrevista foi feita somente com maiores de 18 anos completos ou mais. A pesquisa mostrou que a população em situação de rua é predominantemente masculina, 82%. Mais da metade possui entre 25 e 44 anos, 67% são negros e os níveis de renda são baixos. A maioria (52,6%) recebe entre R$ 20,00 e R$ 80,00 semanais. Apenas 15,7% pedem dinheiro como principal meio para a sobrevivência. 74% dos entrevistados sabem ler e escrever. 17,1% não sabem escrever e 8,3% apenas assinam o próprio nome. A imensa maioria não estuda atualmente (95%). A maioria da população pesquisada afirmou que costuma dormir na rua (69,6%). Um grupo relativamente menor (22,1%) costuma dormir em albergues ou outras instituições. Apenas 8,3% costumam alternar. 45,8% dos entrevistados