Quem precisa de inclusão
Quando me deparei pela primeira vez com o termo inclusão, pensei: o que será inclusão? E fui buscar o significado disso. Antes de entender a inclusão, preferi fazer o caminho inverso, e busquei o que seria a exclusão. Descobri que a exclusão é o afastamento, a ignorância, o distanciamento, a falta de acolhimento. Então, percebi que a inclusão era justamente o oposto. Aproximação, conhecimento, compreensão, aproximação e acolhimento. E descobri algo muito mais importante. Que eu fui uma aluna de inclusão. Não por possuir alguma deficiência ou necessidade de aprendizagem especial, mas porque todos fomos alunos de inclusão. Somos adultos de inclusão. Porque todos os seres vivos precisam se sentir incluídos, abraçados e acolhidos.
Não há ninguém que seja absolutamente independente. Todos dependemos uns dos outros, dependemos de estruturas sociais e de adaptações do meio para possibilitar nossa vivência. Desde os primórdios da história da humanidade nos deparamos com adaptações. Nossos ancestrais adaptaram palha, junco e madeira para construir coberturas que os abrigassem das intempéries. Adaptaram pedra, lascando-a, para buscar alimentos e se defender de feras. Adaptaram pele de animais para proteger seus frágeis corpos de espinhos, temperaturas bruscas e doenças. Se a humanidade chegou onde está hoje foi graças à capacidade de adaptar o meio que nossa espécie possui.
A adaptação está ao nosso redor em tudo. As cadeiras são assentos adaptados para os nossos corpos. Camas são locais de repouso adaptados para nosso conforto e sono. Talheres são objetos adaptados para que possamos levar o alimento à nossa boca. É infinito.
Inclusive os meios para reverter os processos depredatórios contra a natureza e a ação das sociedades sobre o desmatamento são adaptações, em uma tentativa de corrigirmos as degradações ambientais.
Então, quando falamos em adaptar a acessibilidade estamos falando do potencial humano inato de adaptar o meio