Qualidade em Biblioteca escola
Avaliar a qualidade das bibliotecas escolares: do paradigma da performance ao autoconhecimento
Palavras-chave: bibliotecas escolares; avaliação; qualidade; indicadores de qualidade; reflexão; autoconhecimento; rede de bibliotecas escolares
Não será descabido dizer-se que a sociedade, em geral, e a educação, em particular, são, dominados pelo paradigma da performance, uma realidade que tem vindo a impor-se com progressiva acuidade desde há mais de duas décadas. Aos recursos investidos nas escolas pelo poder político contrapõe-se a obrigatoriedade da prestação pública de contas, que se traduz na necessidade de demonstrar que a eficácia na sua gestão tem resultados positivos. A educação é assim entendida como um investimento que tem de ser gerido de uma forma eficaz, ou seja, tem de ser produtivo. A forma de medir essa produtividade assenta na performance dos indivíduos e das organizações, a qual é sistematicamente monitorizada, medida e comparada com a dos outros. Para tal, têm vindo a ser desenvolvidos uma série de instrumentos por parte dos órgãos que tutelam a educação, designadamente testes, indicadores, auditorias e níveis de desempenho, todos eles tendo como ponto de referência uma medida-padrão. A avaliação é, pois, feita por comparação, seja ela por referência à média, havendo naturalmente quem esteja na média, abaixo da média ou acima da média, seja também por referência aos parâmetros tidos por adequados, havendo naturalmente quem os atinja, quem esteja ligeiramente distante e quem esteja muito longe de os atingir. Deste ponto de vista, a performance implica que tudo possa ser medido, que tudo possa ser classificado recorrendo a uma mesma escala, assegurando, assim, que todos prestam contas com base nos mesmos padrões. É esta ideia de qualidade, definida com base em pressupostos padronizados, que justifica o paradigma da performance.
O que é a qualidade?
Importa, por isso, definir o conceito de qualidade, o qual passou a estar