Qualidade de vida de trabalho
Antonio Luiz Marques1 Renata Simões Guimarães e Borges2 Ronara Dias Adorno3 Resumo Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa acerca da percepção de professores de escolas públicas, quanto à Qualidade de Vida no Trabalho, após a Reforma do Ensino de 1996. Trata-se de uma pesquisa descritiva, que adotou a estratégia de estudo comparativo de casos, em um enfoque qualitativo-quantitativo. O instrumento de coleta de dados explora três categorias de variáveis: dimensões da tarefa, integração indivíduo-organização, e fatores organizacionais. Foram realizadas vinte entrevistas semi-estruturadas e aplicados 142 questionários. Concluiu-se que os professores estão moderadamente satisfeitos com a QVT geral. Em relação às dimensões da tarefa e a interação indivíduo-organização os professores demonstraram satisfação moderada. A categoria fatores organizacionais demonstrou insatisfação dos professores com as inadequadas condições de trabalho e sua crescente desvalorização. Diferenças significativas entre as escolas foram observadas na interação indivíduo-organização. A remuneração, a atuação do Governo e do sindicato revelaram-se as maiores fontes de insatisfação. Palavras-chave: Administração pública. Administração de recursos humanos. Qualidade de vida no trabalho. 1. INTRODUÇÃO As mudanças no processo produtivo, impulsionadas pelas novas tecnologias, passaram a exigir maior formação do trabalhador. Considerado peça-chave no
Doutor em Administração pela Aston Business School. Professor Associado do departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Minas Gerais - CEPAD/UFMG. Universidade Federal de Minas Gerais. Endereço: Rua Curitiba, 832, 11º andar, Centro, Belo Horizonte, MG, CEP 30170-120. E-mail: marques@face.ufmg.br. 2 Mestre em Administração de Empresas pelo CEPAD/UFMG. Universidade Federal de Minas Gerais. Endereço: Rua Tomé de Souza, 1355,