Psicose infantil
Durante séculos, as psicoses infantis eram ignoradas e até negadas em sua existência. Seu estudo livre foi impedido por superstições referentes a possessões diabólicas e bruxarias. Algumas destas crianças foram, infelizmente encarceradas em jaulas destinadas a enfermos mentais e, em muitos casos, colocados para fora das cidades. Às vezes, se as abandonava por completo à sua própria sorte. A história recente das psicoses infantis, é marcada pela introdução, em 1943, do autismo de Kanner. Seu trabalho rompe com uma tradição da psiquiatria infantil. Para ele não é suficiente apenas pesquisar na criança o que se encontra no adulto ou estudar esquizofrenia infantil; mas, sim, a partir de um trabalho no qual se pode qualificar de experimental e de enunciar um certo número de traços comuns a estas crianças.
I - Descrição do Caso Davi
Histórico
Davi, filho único de um casal humilde, apresenta ainda quando criança uma psicose infantil, surgindo como reflexo de um histórico familiar de violências vivenciadas nas gerações anteriores. Aos dois anos demonstrava sinais da doença. Era uma criança inquieta, agressiva e possuía uma força e agilidade além do normal para sua idade. Sua mãe Míriam não possuía estrutura para lidar com a situação, além de sua condição financeira ser precária e a falta do apoio familiar aliada a uma história de abusos, fez com que ela procurasse recursos sociais que pudessem ajudá-la a se reorganizar diante do fato para dar condições a seu filho de se desenvolver e se adaptar para a convivência em sociedade. Em suas procuras por instituições especializadas encontrou em um hospital psiquiátrico o apoio de ações de saúde mental e de educação que auxiliaram Davi em seu processo evolutivo.
Desenvolvimento e desafios
No Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII) seu filho recebeu pela primeira vez o diagnóstico de psicose infantil. A partir de então iniciou-se um tratamento multidisciplinar que